Oleo de Abacate

Segundo Tango e Turatti1, quase todos os Estados do Brasil possuem potencial edafoclimáticos para implantação da cultura do abacateiro. O abacateiro é uma planta frutífera das mais produtivas por unidade de área cultivada. Grande número de variedades de abacateiros é encontrado nas diversas regiões do território nacional, cujos frutos apresentam composição química muito variável.
O óleo é extraído da polpa da fruta madura. Pode-se extraí-lo, também, da casca e do caroço, nos quais, entretanto, o seu teor é mais baixo, notadamente no caroço, de acordo com Canto, Santos e Travaglini.
O óleo de abacate é constituído de 60 a 84% de ácidos graxos insaturados e se destaca pelo alto teor de ácido oleico, confirmam os autores.
O óleo de Abacate pode ser utilizado para fins alimentícios e é tão competitivo quanto o azeite de oliva, por ser rico em gorduras insaturadas e vitamina E. O aumento da produção mundial poderia permitir o refino de óleo de abacate e sua utilização para fins comestíveis em maior escala.
Em muitos países, o abacate é consumido como um autêntico alimento, principalmente sob a forma de saladas, temperadas com sal, azeite e condimentos diversos, sendo também utilizados sob a forma de sopa. O Brasil é um dos raros países onde o abacate é consumido como sobremesa, sob forma de vitamina ou sob forma de cremes.
O Óleo de Abacate é aplicado principalmente pela indústria farmacêutica e cosmética. Mas também tem várias finalidades como alimentícia e na produção de biocombustíveis.
Não se considerando a matéria graxa e a umidade, os outros componentes são encontrados na polpa em quantidades que giram em torno dos seguintes valores, segundo Medina:
Proteína bruta………………………………………………………………………1,30%
Fibra bruta………………………………………………………………………….0,43%
Pentoses…………………………………………………………………………….1,51%
Açúcares totais……………………………………………………………………..4,03%
Cinza bruta…………………………………………………………………………1,18%
Alguns estudos populacionais, de acordo com Cardoso, Mattos e Koifman, chamam a atenção para uma maior suscetibilidade às doenças crônicas em grupos submetidos à modernização do seu estilo de vida. Mudanças na dieta, estresse psicológico, sedentarismo, obesidade, hereditariedade e mudanças sócio-econômicas têm sido consideradas fatores de risco para essa situação.
De acordo com dados da American Hearth Association (2002), mais de 30% da população brasileira e 51% da população americana apresentam altos níveis de colesterol (maior que 200 mg.dL-1), sendo este um dado preocupante, já que estudos mostram que taxas acima de 240 mg.dL-1 de colesterol total duplicam o risco de um indivíduo sofrer um ataque cardíaco.
A literatura segundo Cardoso, Mattos e Koifman, aponta para o início da aterosclerose já na infância, pelo aumento do colesterol plasmático, que pode ser potencializado no decorrer da vida pelo tabagismo, sedentarismo, hipertensão arterial, obesidade e, principalmente, alimentação inadequada.
O controle das doenças cardiovasculares pode ser feito com o auxílio de medicamentos ou através da dieta, que consiste também na melhor forma de prevenção. Segundo Committee On Diet And Health, recomendações recentes sugerem que o consumo de grãos, frutas e vegetais deve ser aumentado para se prevenir ou tratar essas doenças, e dentre os possíveis componentes destes alimentos que teriam ações hipocolesterolêmicas destacam-se as proteínas vegetais, as fibras e alguns compostos fitoquímicos como os esteróis/estanóis, ácido fítico, taninos, inibidores de enzimas, saponinas, entre outros.
Salgado citou que entre os alimentos fontes dessas substâncias, o óleo de abacate se destaca pela excelente qualidade nutricional. De acordo com alguns estudos, o óleo é rico em β-sitosterol e ácido oleico, uma gordura insaturada utilizada como coadjuvante no tratamento de hiperlipidemias.
Além disso, assemelha-se muito com o óleo de oliva (importado e altamente consumido no país), por ser extraído da polpa dos frutos e pela similaridade de suas propriedades físico-químicas, principalmente pela composição de seus ácidos graxos, predominando em ambos o ácido oleico, de acordo com Tango, Carvalho e Limonta.
Além da possibilidade de introduzir o óleo de abacate puro para uso comestível como substituto do óleo de oliva, uma das alternativas para oferecer ao consumidor brasileiro um produto de qualidade superior seria a produção de óleo de oliva e abacate mesclado, em substituição às misturas de óleo de oliva com óleos vegetais (principalmente óleo de soja), normalmente oferecidas pelo mercado interno com a finalidade de diminuir os custos de importação do azeite de oliva no Brasil, confirma Soares, Mancini Filho e Della Modesta.
Referências Bibliográficas